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Manhã clara, céu azul, raios do sol dourando o dia que se inicia. Essa é sem dúvida, a melhor paisagem para começar bem o dia! Olho a imensidão do mar, divisando na linha do horizonte com o firmamento, enquanto caminho na areia quase firme da praia. Saborear o silêncio, somente interrompido pelo murmúrio do fluxo e refluxo das ondas, é algo indescritível!
Observo admirada, as espumas alvas que se formam nas ondas, vindo lavar o chão onde piso, apagando meus rastros, ao mesmo tempo em que deixa restos de vida da vida, no formato de conchas... Para a minha alegria, uma delas se enrosca no meu pé. Imediatamente, aprisiono-a na mão, e fecho os olhos no intuito de sentir a energia que dela emana. Curiosamente começo a me perguntar: Terá ela cumprido o seu ciclo no Universo, onde tudo está num constante “vir a ser”? Ou ainda fará parte do meu? Haja vista, ser esse um dos meus hábitos (colecionar achados marítimos). Engraçado estes hábitos que vamos criando ao longo do nosso caminhar...
Longe o suficiente de todos, sento-me na areia, fecho os olhos e deixo a brisa tocar os meus cabelos... De repente, flashs da minha vida vão surgindo. Imagens diversas se acumulam formando o todo que eu SOU. Numa sequência lógica, percebo os ciclos vividos e superados, anos após anos. Daria um volumoso romance, cujo destino final, ainda está por vir! Por falar em destino, não consigo distinguir tantas situações em que tenha usado a minha própria vontade em tomadas de decisões como o faço hoje! Quando criança ou adolescente, sabemos que os nossos responsáveis é quem o fazem por nós. Comigo não foi diferente.
Houve época em que imputava ao “destino” tudo quanto me acontecia, pois acreditava piamente, quando os mais velhos diziam que: “ao nascer, cada um de nós recebe um livrinho onde está escrito toda a nossa história de vida”, bastando apenas seguir os desígnios de Deus, e atender aos conselhos advindos dos pais para vivê-lo e cumpri-lo tranquilamente. Sinceramente, sempre escolhi ser otimista. O lado bom das coisas sempre encantou-me.
Uma onda mais atrevida tira-me do devaneio, mas consigo ainda me deliciar com o fato de poder estar ali, sozinha, caladinha, sem interlocutores, sonhando, relembrando tudo isso, vendo o meu cérebro totalmente capaz de buscar tantas emoções... Sei que nesse momento, quando me isolo, tentando me encontrar, estou fazendo uso do meu livre arbítrio, assim também, quando reescrevo a direção da minha estrada. Assim sendo, como boa romântica que sou, acredito que o “destino” de cada um pode até vir traçado num caderninho de borrão, mas fazê-lo real, e bem feito, só dependerá de cada um!
Hora de voltar... lógico, que com os olhos voltados para o chão, procurando conchinhas...
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 22/01/2016


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr