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PORTAS...


“Nenhum homem é livre se a sua mente não é como uma porta de vai-e-vem, abrindo-se para fora a fim de liberar suas próprias ideias e para dentro a fim de receber os bons pensamentos de outrem” (Validivar - Místico Rosacruz)
Enquanto faço minha caminhada diária, vou observando a paisagem a minha volta. De um lado a vegetação nativa e algumas árvores frutíferas que se destacam - nesse específico horário ainda abrigando os pássaros barulhentos que acabam de acordar. No mato rasteiro mil tipos de plantinhas com minúsculas flores de cores e formatos variados, totalmente diferentes das que cultivo. Gatinhos de rua saem a procura das primeiras caças da manhã, ou mesmo para celebrar o novo dia, pulando pra lá e pra cá. Sem contar com as garças e tetéus que vasculham incessantemente os restos de dejetos de animais que por ali pastaram...
Contrastando com esse cenário, do outro lado vejo muros e portões altos nas casas, isolando totalmente as pessoas que ali vivem. De repente fico me perguntando:
- Que segredos, mistérios ou intimidades eles guardam? Sim! Porque naquele momento, representam um enigma pra mim...
Imediatamente, lembro-me de portas fechadas que, curiosamente, sempre despertaram esses questionamentos...
Quem nunca esteve diante de uma porta fechada em algum momento da vida? Já parou pra pensar como elas, as portas, podem se tornar barreiras ou, de alguma forma, facilitar o nosso trânsito por aqui?
Assim pensando, enumerei mentalmente algumas situações vividas e observei que a frequência com que nos deparamos com portas abertas ou fechadas, no nosso caminhar, é muito maior do que imaginamos. Vale salientar que não apenas as reais, mas acima de tudo, aquelas simbólicas que guardam a sete chaves todos os nossos pensamentos e até os segredos mais sutis.
O interessante é que tanto as portas reais quanto as simbólicas, ambas carecem da ação humana para abri-las e de lá resgatar ou arquivar o que se deseja. Somos nós, os guardiões das inúmeras portas existentes na nossa mente.
O impulso em abri-las, de vez em quando, representa a nossa eterna busca pelo novo, pelo nosso crescimento. Quando entramos em contato com alguma coisa pela primeira vez, a tendência é fazer um breve estudo do todo, logo após, uma comparação com as informações que temos arquivadas, e só a partir daí então tomaremos uma decisão de adesão ou não...
Analogicamente falando... Em novas situações por que passamos não costumamos abrir de vez a porta da nossa mente. De acordo com a nossa interação no ambiente ou com as pessoas – seja qual for o caso - é que vamos filtrando as novas informações, e permitimos ou não a assimilação através da porta entreaberta, para ser mais precisa, uma porta de vai e vem, permitindo assim a troca de experiências.
Quando penso que todo esse processo acontece tão sutilmente, que nem visualizamos o seu fluir – fico maravilhada com a Criação Divina, onde tudo acontece perfeitamente!
Assim se dá o nosso aprendizado...
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 20/03/2016


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr