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Maternidade...


Dos aprendizados adquiridos durante a nossa vida, todos eles que aprendemos pelo exemplo, nada se compara aquele quando o assunto é “ser mãe”. Existe todo um ritual de preparação, que não precede apenas o nascimento em si, ou seja, não acontecem só durante os nove meses de gestação... A coisa vem bem dantes!
Embora acredite que boa parte do conteúdo “ser mãe” já esteja ou não contido no próprio instinto humano, observo também, que desde a mais tenra idade, as “meninas” já são incentivadas às atividades domésticas, inclusive à maternidade.
Brincar de “casinha” e de “mamãe” compreendem as primeiras lições ensinadas pelas genitoras... Atividades como: cuidar da casa, lavar a louça, segurar o bebê/bonecas vão sendo aprimoradas ao longo do tempo.
Logicamente, que nem todas trarão consigo o “dom de ser mãe”, estas com certeza, se não aprenderem bem a lição, padecerão no limbo.
Pode não ser regra, mas uma boa parte das jovens aprende a função de ser mãe seguindo os exemplos maternos. Não tenho dúvida!
Comigo foi assim. Por ser a mais velha das filhas, e a minha mãe ter tido dez filhos, sempre carreguei comigo a responsabilidade de ajudá-la nos afazeres domésticos, bem como a cuidar dos meus irmãos menores. Assim sendo, aprendi pela observação e prática.
Quando o meu momento chegou, soube me sair muito bem, mesmo sem nunca ter ouvido dela, minha mãe, qualquer informação ou conselho preparatório sobre o assunto. O dia a dia foi me ensinando o que eu ainda desconhecia.
Hoje sei que assim também foi com ela, pois a vida só é vivida no seu tempo certo, e por mais conselhos e informações que se repasse a outrem, cada situação é única. O que foi bom para mim, poderá não ser para os outros.
Uma coisa é certa, a maternidade trás consigo a força da mudança. Mudança que fortalece o nosso amadurecimento. Aprendemos a cumprir, não apenas horários e compromissos, mas que tudo a partir dali estará relacionado a esse novo ser presente em nossa vida. Que as marcas da gestação e parto estarão tatuadas em nossas almas por toda a vida, nos lembrando a todo instante que temos um ser no mundo sob o nosso olhar especial de mãe.
Que o layout da nossa casa sofrerá mudanças, não apenas com o acréscimo de um quarto, mas por todos os lados, pois os apetrechos dele ganharão sempre um lugar de destaque, é claro!
Que o carro deverá ser trocado, caso não seja tão espaçoso, pois a bagagem dele exigirá e ocupará maiores espaços.
Que, quando pequeno, o nosso coração sempre vai bater mais forte, diante de um grito ou de um choro, resultante de uma queda...
Que quando adulto, longe de nós, uma notícia ruim, no rádio ou TV, nos levará ao desespero até que seja esclarecido tudo, e mesmo assim o nosso coração de mãe sofrerá pelo outro.
Que a nossa escala de valores mudará acentuadamente a partir dele.
Que a rotina da casa, antes tão bem administrada, agora não mais existirá, pois as novidades acontecem naturalmente a cada instante.
Já dizia minha mãe: “As preocupações e as satisfações com um filho vão do seu nascimento ao último suspiro dele ou o seu”!
O maior e melhor presente que Deus pode nos dar, é, sem sombra de dúvidas, o “dom de ser mãe”!
Quero dizer... Estou prestes a ser vovó, e já andam me dizendo que ser avó é ser mãe duas vezes. Será?
Devemos, pois, lembrarmos que o amor é um dos mais belos sentimentos que o ser humano pode desfrutar. Temos o privilegio de vivê-lo nos seus mais diversos modos de ser. E ser avó é a continuação deste amor infinito.
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 21/03/2016


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr