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O QUE NOS É RESERVADO?


 
            A quem interessar possa:vende-se o reino do céu, com direito a leite e mel.
            Para tanto necessário se faz, além de seguir nossas doutrinas, colaborar com ajuda mensal ao preço módico de um salário mínimo, ou outros atrativos que oferecemos, como: água milagrosa do Rio Jordão, para purificar os seus pecados; pedaços de madeira da cruz onde Cristo foi crucificado para a cura de ferimentos;escrituras autenticadas de terrenos no céu; vassouras ungidas para varrer todo o mal da sua casa ou outras contribuições a serem discutidas. Assim sendo, você terá seus pecados absolvidos e estará apto a entrar nesse “Paraíso Divino”!  Você se habilita?
            Dentre tantas, estas são algumas das muitas abordagens que sofremos - seja em casa, na rua ou mesmo nas redes sociais. Pessoas inescrupulosas, utilizando-se da fé cristã, denigrem a imagem de Deus, pretendendo nos fazer crer que ele -Deus -, é conivente com tais falcatruas.
            Essa troca desmedida de favores tem me causado tristezas e chamado à atenção para a violência que vem acontecendo no mundo, relacionada às diversas religiões.
            Sabemos que é de bom alvitre não discutir religião, mas refletir um pouco sobre as aberrações a que estamos sujeitos, com certeza, não nos fará mal algum…
            A história nos conta que o homem sempre foi um incansável buscador de conhecimentos, principalmente aqueles ligados - ou que justificassem -  seu “estar” nesse plano; ou ainda, sobre seu destino depois da morte. A Igreja, ao longo dos tempos, tem procurado caminhar junto a esses anseios, oferecendo respostas plausíveis para tais dúvidas e questionamentos humanos, mas nem sempre os que falam em nome de Deus, possuem à condição para tal.
            Nessa árdua caminhada e mediante sua fragilidade, o homem, de fato, submeteu-se e encontrou na religião, argumentos fortes para esses questionamentos. No entanto, a diversidade religiosa existente hoje no mundo, conturba nosso raciocínio, pois há opções para todos os credos: temos a crença num Deus único, em vários deuses,ídolos ou símbolos, etc. Em sua maioria, a ostentação do poder e das riquezas acumuladas, causam desarmonias entre os fiéis.
            Não é segredo para ninguém que, em todos os tempos, desde que o mundo é mundo - e em todo o mundo - há uma grande influência religiosa na área política e humana de um modo geral,muitas vezes de forma digna e, em outras tantas, desonrosa, fomentando aos poucos a descrença e o afastamento dos antigos fiéis. Não que seja o nosso caso hoje -politicamente falando -, mas a força da Igreja em nossas vidas até os dias atuais. É algo inegável! Também não ignoramos a necessidade do dízimo para a sobrevivência da Igreja, mas tudo dentro de limites aceitáveis. De preferência, sem promessas enganosas.
            Em nosso país não é diferente. Devido a sua grandeza territorial e pelo fato de estar sempre de portas abertas para o mundo, possui uma população miscigenada e bem diversificada culturalmente. Por onde passam, os que aqui se estabelecem, vão perpetrando seus hábitos, costumes e religião, o que significa dizer que, num país laico como o Brasil, não apenas são acolhidos indistintamente, mas, a eles é permitida a liberdade de expressão, desde que não firam a Lei Maior: a Constituição.
            Assim, vemos surgir e crescer, dia a dia, vários novos segmentos religiosos, mas, infelizmente, nem todos dignos de levar à frente o nome de Deus. Blasfêmias são proferidas a todo instante.
            Paralelamente a esse crescimento, presenciamos o desrespeito e a intolerância religiosa se instalando em nosso meio, aliás, no mundo todo - pois a todo instante se tem notícia de atos violentos em nome de Deus. Inocentes pagam pelo erro de outrem. Cada qual defendendo a sua a sua crença! Esse fato, tem despertado a preocupação dos nossos dirigentes, que resolveram evidenciar o artigo 5º da Constituição -, artigo que tem por objetivo garantir o direito ao culto: “A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”
            A que ponto chegamos!
            Essas divergências religiosas acontecem não somente entre, mas também dentro de um mesmo segmento, entre fiéis, pois o poder e a ganância humana falam mais alto e são a razão da maioria dos problemas.
            Verdade é que, querendo ou não, somos influenciados por tudo o que vemos ou ouvimos na mídia ou fora dela, e com essa base vamos criando nosso modelo social, e dentro deste, o religioso se destaca. As pessoas inseguras sobre suas crenças, a cada nova religião, apegam-se às novas doutrinas, acreditando serem superiores às antigas.
            Tais decisões nem sempre surtirão o efeito desejado, caso não acompanhadas de boas ações! Os caminhos que levam ao Pai, são muitos, mas sabê-los bem caminhar, depende única e exclusivamente de cada um de nós!
            Por essa razão, devemos focar nossos objetivos no hoje, pois somos hoje o que fomos ontem, e seremos amanhã o que somos hoje.  Já foi mais do que provado que nossas ações são acompanhadas de reações. Portanto, sem medos, mas conscientes, vivamos o melhor de cada momento, pois ele será o nosso futuro!
            Que o Deus do nosso coração e compreensão nos guie sempre!
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 02/11/2017


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr