Textos


Nossos Sentidos
 

Num desses momentos de quietude e inquietudes da alma, refleti sobre a importância dos sentidos na nossa vida. Sabem quais? Sim, aqueles cinco sentidos que estudamos na infância (visão, audição, olfato, paladar e tato) e que depois acabamos por esquecê-los. Pois é, nem sempre lhes damos a devida atenção, no entanto, são eles os responsáveis em facilitar a nossa interação com o mundo.
Já parou para pensar em como seria fechar os olhos e tentar dar alguns passos em ambiente desconhecido, tipo no meio da rua, ou algo assim? Já imaginou a sensação de engolir os alimentos sem sentir o prazer do sabor peculiar de cada um, ou então viver num silêncio profundo, sem poder ouvir uma música sequer? Como seria não sentir o perfume das flores, o cheirinho gostoso dos bebês ou o cheiro da terra molhada quando chove; já se imaginou numa loja de produtos de sua preferência e por alguma razão não poder tocá-los e/ou sentir sua textura?
Para um melhor entendimento, e assim poder aquilatar esses valores, usemos como parâmetro o período de 24h, ou seja, tempo relativo a um dia.
Para muitos, o dia começa bem cedo. O meu, por exemplo, tem início geralmente às 4h20min. Momento em que meu despertador biológico dá um alerta de que está na hora de iniciar as tarefas do dia.
Assim que desperto, abro bem os olhos, observo e avalio a claridade que invade a minha janela para saber se está na hora certa de levantar.
Na sequência, me levanto, tomo um banho e me visto com roupas apropriadas para caminhar. O desjejum é quebrado tomando um copo de líquido, seja ele qual for (água, suco ou mesmo leite, isso antes de prosseguir com a minha rotina).
Saio na calçada, inalo profundamente o ar fresco da manhã, para sentir - ainda - a umidade do sereno noturno. Procuro retê-lo nos pulmões, o máximo de tempo possível, afim de oxigenar bem o sangue, revigorando o meu organismo para o exercício a seguir.
Mal dou os primeiros passos e observo o silêncio que impera nesse horário, mostrando-me que a natureza ainda dorme. Procuro andar o mais manso possível para não quebrar esse encanto que, por sinal, não demora muito, pois aos primeiros sinais dos raios de sol, anunciando o novo dia, tudo começa a despertar. A penumbra aos poucos vai se dissipando e os sons naturais vão surgindo, um a um. Dentre eles, o canto dos pássaros são os meus preferidos. A balbúrdia formada por eles é tão grande que chama a atenção de quem passa. Tamanho é o fascínio desse momento, que esqueço até que estou analisando uma situação.
Aos poucos vou cruzando com outras pessoas, já conhecidas das caminhadas diárias. E sem quebrar o ritmo dos passos, vou cumprimentando cada uma delas, ao mesmo tempo em que recebo e ofereço o meu sorriso.
Continuo o meu percurso, enquanto vou matutando o juízo. De repente, descubro que nem preciso de tanto tempo assim para saber o quanto careço dos meus cinco sentidos na vida. Bastou uma caminhada para clarear as ideias.
Pensando bem, somos privilegiados em termos esses aliados nos proporcionando tantos benefícios, nos ligando com o mundo exterior, tornando assim a nossa vida mais prazerosa.
Volto pra casa feliz da vida e agradecida a Deus por todo esse merecimento!
Mas fica um alerta! Contribuir para um mundo menos complicado e mais acessível é nossa obrigação!
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 14/03/2016


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr