O encantamento das feiras livres...
As Feiras livres são atividades sociais econômicas que existem desde a antiguidade - e bem antes da Revolução Comercial - ocorrida na Europa, no período da Idade Média, e que perduram até os nossos dias.
São locais onde se comercializam, principalmente, frutas e legumes com qualidades inigualáveis, cujos preços são mais acessíveis que nos mercados, devido à quase total isenção de impostos. A concorrência é livre, assim como a propagação dos fatos mais atuais também...
Estão localizadas em determinadas ruas nos mais diversos bairros. Organizadas funcionalmente em dias e horários preestabelecidos o que favorece um intercâmbio cultural e de aprendizagem natural, onde os seus transeuntes, sejam os feirantes ou os fregueses - vindos de localidades diferentes -, trocam informações diversas.
Devido à regularidade semanal em que acontece o comercio da feira, a mesma acaba por torna-se um ambiente que propicia a sociabilidade daqueles que a frequentam: um magnífico ponto de encontros casuais entre vizinhos, amigos próximos e mais distantes também!
Desta forma, cria-se um elo forte entre o comerciante e o freguês, quando o primeiro, primando pela qualidade do seu atendimento, cativa, entre aqueles que passam por ali, o seu freguês.
Sem se aperceberem, trocam informações sobre o tempo, sobre os preços altos das mercadorias - devido a escassez ou o excesso de chuvas da região -, sobre a qualidade dos produtos oferecidos, assim como, assuntos políticos envolvendo a economia do país...
A feira livre é sem sombra de dúvida um local aprazível não apenas pelo seu colorido, mas, e principalmente, pela alegria contagiante dos seus apregoadores.
Com o intuito de vender melhor os seus produtos, utilizam chavões engraçados, tipo: “Moça bonita não paga, mas também não leva”.
Hoje, mesmo com os modernos serviços dos supermercados, onde são oferecidos os mesmos produtos hortifrutigranjeiros das feiras livres, estas ainda persistem ativas em muitos bairros.
Quando criança costumava ir à feira aos domingos com minha mãe, com a obrigação de ajudá-la a carregar as sacolas, no entanto, na minha imaginação fértil, essa tarefa tinha o significado de um passeio, tão esperado por mim ao longo da semana.
Embora nem sempre tivesse meus desejos atendidos, era sempre uma festa poder passear entre as barracas e provar das frutas que nem sempre eram compradas por ela.
Mas o que chamava mais a minha atenção era sempre a barraca de pasteis. O meu preferido sempre foi o de palmito.
Aliás, até hoje, sempre que posso gosto de passear em feiras livres, e, é lógico, comer o meu pastel de palmito, enquanto busco na minha mente, recordações felizes de um passado que compõe o meu "EU" hoje!