Quando eu...
Enquanto aguardava a vez, para passar em consulta médica surpreendi-me, refletindo sobre o diálogo mantido com uma amiga, onde há pouco me dizia: Quando me aposentar vou me dedicar às costuras, atividade que sempre gostei, mas que nunca tive tempo”.
Automaticamente, veio-me a tona alguns dos inúmeros projetos também idealizados, para quando eu... sei lá?
Bem, até aí tudo muito normal, pois acredito que todo ser pensante planeje o seu dia a dia e, principalmente, o futuro...
O interessante é que, numa autoanálise, percebo que nem todos os meus projetos futuros combinam com o meu jeito de ser, com o que eu gosto de fazer. Daí pergunto: por que então desejo um dia fazer essas coisas, se não me trarão nenhum prazer?
Inclusive, um deles é a danada da costura!
Com carinho e pesar, recordo-me das palavras do meu pai, quando dizia: minha filha mais velha será costureira! E para completar a sua profecia, até uma tesoura de alfaiate ele me deu.
Mas, nos meus planos, nunca coube essa ideia. Nunca me senti atraída por ela, aliás, durante toda a minha vida procurei mantê-la bem longe.
Não sei se com essa atitude cheguei a magoá-lo, pois não contribuí em nada com os seus ideais relacionados a minha pessoa, pelo menos em relação a costura.
O que sei, é que, por um motivo ou outro, estamos sempre protelando aquilo que nos incomoda, achando que num futuro próximo, teremos mais tempo para resolvê-lo. Acredito que foi assim pensando que coloquei entre os meus planos futuros a atividade das costuras.
Por enquanto, ainda não me sinto MADURA para essa experiência, mas estou trabalhando, aos poucos, minha resistência à ela!
- Dona Vanda, sua vez, pode entrar...