Um vintém pelo segredo
Num céu límpido cor de anil
sob a luz do sol a pino
rebrilha o olhar num coração gentil.
Rédeas firmes em suas pequenas mãos
Imponente contradição
no olhar inseguro da contra mão.
Na várzea pobre de um sertão ingrato
Sua vida segue fluindo seu curso
No dia a dia, do anonimato.
O vento cantando assanhado
abanando as palmas da carnaúba
revolve os seus sonhos sonhados.
Se um dia lhe serviu para demarcar
Hoje a cerca é só paisagem
seu limite é onde quer chegar.
Montado garboso em seu querido brinquedo
Seu olhar, diz-me coisas que não entendo
um vintém pelo segredo?
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 18/04/2017