A longa espera
Refletindo hoje sobre a minha vida, percebi o quanto o tempo foi ligeiro sobrepondo-se aos meus sonhos, impedindo-me de realizá-los todos, ao mesmo tempo que me fez feliz com outros.
Mas, um dos mais importante deles, foi realizado – o meu casamento, aliás, dele resultaram tantos outros.
Voltando no tempo...
O meu príncipe não surgiu num cavalo branco, mas foi e será sempre o meu herói! Sempre teve e tem respostas mágicas para os meus desencantos.
Assim que nos casamos, engravidei. Fiquei desesperada a princípio, pois não havia planejado aquele momento, aliás, nem as outras sequentes, foram previstas... Aconteceram.
No entanto, o meu príncipe me acalmava, e vez por outra dizia: a minha menininha vai ser linda como a mãe. Naquele tempo não tinha como saber o sexo do bebê. E no mês de junho de 1975, nasceu o Kleber. Curtimos muito, cada etapa da vida dele. Sempre foi muito inteligente e calmo! Com ele aprendi a assistir todos os desenhos de “Hanna Barbera”, Daniel Azulay e outros tantos...
Ah, ele também é responsável pela Katia Regina e a KIVIA, na nossa vida.
Daí engravidei a segunda vez. Papai continuava a te esperar. Em outubro de 1978, veio o Kempes. Percebia claramente o desapontamento dele - papai, por ter nascido mais um menino, embora tenha ficado feliz! Foi ele quem escolheu o nome do Kempes. Na época o jogador argentino Mario Kempes, tinha sido nomeado o artilheiro da copa de 78. O Kempes, não se entretinha com nada! Veio para desarrumar a casa, riscar os meus LPs, quebrar os bibelôs, os brinquedos do Kleber – que ele tinha o maior zelo, mas também para trazer muito amor para a nossa vida. Até hoje é o mais meloso de vocês! Ele também é muito inteligente, mas me chateia com a história dos “manuais de instruções”. Por falar nisso, não é que na sexta-feira a máquina de lavar roupas deu uma pane, e tive que me valer dos benditos “manuais”?
Ele também nos presenteou com a Dani. Criatura maravilhosa!
Finalmente engravidei de você. Uma gravidez difícil, cheia de problemas de saúde da minha parte. Quase te perdi. Chorava constante mente, pois não sentia você se mexer dentro de mim… Hoje – dorminhoca como és, acho que era sono em excesso...
Durante a espera, eu me perguntava, se acaso não seria uma menininha? A gravidez estava tão diferente, tão complicada...
Papai já nem dizia nada, mas assim como eu, ele também te aguardava. Entregamos nas mãos de Deus o nosso desejo.
Da minha parte, me cuidei o que pude para te preservar no meu ventre.
Dia 05 de março de 1983, domingo à noite, me preparava para dormir, quando você me deu o primeiro sinal que já queria nos ver.
Na madrugada do dia 06, você nasceu.
Quando o médico me disse que era uma garotinha, quase desmaio de alegria. A minha preocupação era dizer ao papai, que a espera de tantos anos chegara ao fim.
Desde pequenina, você nos mostrou para o que veio. Faltava energia elétrica na hora do seu nascimento, mas a alegria da sua chegada, clareava as nossas vidas...
Muito inteligente desde a mais tenra idade, nunca aceitou respostas sem justificativas. Os porquês, das coisas tinham que ser bem explicados.
Com você, aprendi a me olhar mais no espelho, pois você sempre via algo errado nas minhas roupas ou no modo de combiná-las.
Aprendi que não podia comprar nada para você na sua ausência. Tudo tinha que ter o seu veredicto. Aprendi que o substantivo “obrigado”, não é comum dos dois gêneros, descobri em você, minha melhor amiga, com quem desabafo minhas dores...
Nos estudos sempre deteve os primeiros lugares. Passou nos vestibulares que fez, e assim pode fazer a sua melhor opção.
Hoje Mestra, Doutora, e ainda segue os caminhos dos estudos, por entender que as atualizações se fazem necessárias na vida acadêmica e profissional!
Te admiro pela fortaleza com que enfrentas os desafios da vida.
OBRIGADA, por nos presentear com a convivência do Rodrigo e dos pais dele!
Te amo demais menina, por tudo o que nos representa.
Parabéns!